O Medo dos Benfiquistas
Vou ter que falar disto. Da minha mãe aos meus amigos mais próximos, tudo o que é Benfiquista à minha volta não se quer entusiasmar com Benfica. Há um medo de que o pesadelo de Maio de 2013 se repita em 2014. Há quem não tenha comprado bilhete de época pela primeira vez. Há quem já não veja futebol. Há quem esteja traumatizado. Até o LFV e o JJ falam disto. O medo de uma repetição é real.
Não é que o medo em si seja estranho, mas há neste medo lições importantes para o Benfiquismo e que ajudam a explicar a nossa esquizofrênica realidade.
Ora vejamos. Nos últimos 20 anos o Benfica foi campeão 15% das vezes. O Porto foi campeão em 70% dos casos. 15%! Visualizem bem este numero. Com estas probabilidades de sucesso, de um ponto de vista prático, o Benfica já perdeu este campeonato. À entrada para um campeonato, uma aposta que o Porto vai ser campeão é uma estratégia de investimento com 20x mais rentabilidade do que comprar acções da Google.
Com estes números, perder já estava perdido antes de começar. Aliás, este é um ponto que se torna óbvio quando em 2010 contra o Rio Ave eu olho em volta no fim do jogo e toda a gente está a chorar baba e ranho. Lágrimas de alegria, de incredulidade. Todos os Benfiquistas sabem o quão improvável é uma vitória do Benfica. Sabem o tamanho do monstro que temos que ultrapassar.
Agora, o que me tira do sério não é o medo. O que eu não suporto é que o Benfica se comporte como se isto não fosse verdade. Como se o Porto é que fosse o gajo que está a correr por fora contra um adversário muito mais poderoso. Como se o Porto é que tivesse que lutar contra uma entidade que ganha 70% dos últimos 20 campeonatos.
Agora, o que me tira do sério não é o medo. O que eu não suporto é que o Benfica se comporte como se isto não fosse verdade. Como se o Porto é que fosse o gajo que está a correr por fora contra um adversário muito mais poderoso. Como se o Porto é que tivesse que lutar contra uma entidade que ganha 70% dos últimos 20 campeonatos.
15%? 15%! Odeio este número. Sinto uma raiva sem fim. Dói só de olhar. Põe-me o sangue a ferver. Dá uma vontade de abrir um buraco na parede à mão, de ir lutar MMA, de ir buscar o que devia ser nosso com uma catana.
Mas medo? De quê? Este número não me dá medo nenhum.
Mas medo? De quê? Este número não me dá medo nenhum.
Por todos os que deram o seu sangue pelo Benfica, este número só me dá vontade de ir para a guerra. Uma guerra total, blitzkrieg, sem prisioneiros.
Olho outra vez para o calendário e para a classificação. 11 jogos. No fim, podemos ser nós.
Mas antes de sermos nós, nossa terá que ser a guerra. Porque enquanto não for guerra, só será medo. E o Benfica nunca foi medo. A guerra que venha e que feche a porta. Que traga vento, vassouras, panos do pó e desinfetantes. Que traga o ódio e o desespero. Que traga o amor dos re-encontros.
Olho outra vez para o calendário e para a classificação. 11 jogos. No fim, podemos ser nós.
Mas antes de sermos nós, nossa terá que ser a guerra. Porque enquanto não for guerra, só será medo. E o Benfica nunca foi medo. A guerra que venha e que feche a porta. Que traga vento, vassouras, panos do pó e desinfetantes. Que traga o ódio e o desespero. Que traga o amor dos re-encontros.
“No meu tempo, nós encarávamos os jogos como uma guerra.” - Vitor Paneira
PS: O meu enorme obrigado ao Ontem vi-te no estádio da luz pela entrevista brilhante ao Vitor Paneira em Outubro passado.
Matts
ResponderEliminarCautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Não tenho qualquer receio quer de porcos quer de lagartos, e tampouco esqueço que já estivemos com 5 pontos de atraso ...
o que no tempo das 'vacas gordas', era campeonato perdido.
Medo, medo só de Jorge Jesus e a sua estranha e trágica (para os interesses da equipa) atracção pelo perigo.
Pode ser que os 2 pontos que (ele só ele!) deixou em Barcelos, lhe sirvam de exemplo!!!
Em aparte gostei da segurança que mostrou nas substituições contra os lagartos e os 'passos perdidos'.
Mas apesar de tudo há um sempre um enorme entusiasmo interior. Sofre-se menos!
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