sábado, 7 de setembro de 2013

O neo-benfiquismo. Ou se calhar não é assim tão neo... (PARTE 2)





- Sílvio (e neste caso assumo uma culpa tremenda) mudou, em poucos meses, de besta a bestial. E é bestial lesionado! Chegou, não corria metade do que estávamos habituados a ver o Maxi fazer, passou-se contra os B's do Sporting e foi criticado por todos nós. Foi subindo a produção, lesionou-se. Maxi parece um velho a atravessar a estrada numa tarde de calor. O que pensa a cabeça do benfiquista: que o Sílvio é o melhor lateral direito do mundo e arredores. É claro que isto é exagero da minha parte, mas a falta de pilhas do Maxi começa a levar-nos ao desespero. E enquanto não há Sílvio, chama-se por André Almeida na Luz. Estranhos tempos estes...

- O coitado do André Gomes também sofreu da bipolaridade benfiquista neste último ano. Foi para a equipa principal depois de apenas um jogo na B, num verão que nos roubou o meio-campo. Era a nova estrela, finalmente um miúdo da formação, com estilo e que até dá uns toques. Passados uns meses, "era pior que o Roderick". Foda-se!

- Nico Gaitán é um estranho elemento da comitiva gloriosa. E isso dá mais razões à bipolaridade dos benfiquistas. Todos lhe reconhecemos grandes capacidades (em forma é o nosso melhor jogador), mas desaparece de vez em quando. Quantos não foram os adeptos que à pergunta "Quem deveria sair do Benfica neste mercado de transferências?", não responderam com o nome do argentino? Nesta época passou-se o mesmo. Mas agora há uma nova: deve ir para o banco (e estou a falar como se não existisse lesão). Mas está tudo maluco?

- Cardozo é a principal premissa desta minha teoria. Tudo o que se passa com o paraguaio, para o benfiquista devia ser ao contrário. "Deve jogar com o Sporting porque é o mais melhor bom avançado do mundo". No fim do jogo: "Então o Jesus mete o Cardozo? Foda-se, para quê? O gajo está sem ritmo!". Ou então, quando Cardozo não treinava, era só ir às redes sociais e ver "Volta Cardozo!". Quando foi reintegrado: "Está na hora de o vender. Aceitem lá os 12 Milhões!". E nem quero falar dos assobios quando falhava/cânticos quando marcava que tinham uma diferença temporal de 2/3 minutos. Porque só com isto teria espaço para mais de 30 partes deste post e vocês não querem isso.

- Lima chegou sob desconfiança, mas logo no primeiro jogo espetou um petardo que parece ter acertado na cabeça de todos nós, tal foi a facilidade com que mudamos de opinião. No início desta época, lá se gritava por Cardozo quando o Lima falhava golos contra o São Paulo. Aliás, "ele agora já não presta mesmo". Oh Lima, e que tal mais um balázio?

O benfiquista da Internet (e cada vez mais se vai alastrando ao "comum") é assim. Muda de opinião conforme o que lhe convém. Disse eu, na Parte 1, que os benfiquistas que expõem a sua opinião pelos blogs e afins, são uma minoria. Uma grande minoria. Mas isso não faz de nós pouco ouvidos. Aliás, muito do que aqui é dito, passa de boca em boca por esse país fora. Dizemos barbaridades, coisas acertadas e mantemos essa tal "bipolaridade" que vai sendo o símbolo do benfiquismo do século XXI. Ou que então vem desde sempre. Mas essa resumia-se a títulos e não a capas de jornais. O treinador não prestava porque levava 7-1 do Sporting e era levado em braços quando no final era campeão. É este mais um post "dantes o Benfica é que era..."? Não, é mesmo um post sobre a bipolaridade benfiquista. Até porque a bipolaridade já vem desde há muito tempo, é doença diagnosticada à nascença juntamente com o benfiquismo. Vai perdurar para sempre. Mas não devia, é chato...

2 comentários:

  1. Dizem os cientistas/médicos/sociólogos que estudam o fenómeno (não me refiro ao Ronaldo!) que ganhar uns campeonatos e umas taças são o melhor remédio para curar a bipolaridade Benfiquista!
    Uma recaída aqui, outra acolá não beliscam a qualidade desse remédio!

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  2. Primo do Dantas da Cunha7 de setembro de 2013 às 18:33

    Eu acho que este problema da bipolaridade, remonta aos longínquos anos 60.
    O nosso glorioso dizem alguns,entrou prematuramente no "Hall of Fame" graças a um grupo de bons jogadores, alguns deles com aptidões excepcionais para a prática do futebol. Fomos "mimados" durante alguns anos com futebol de primeira água e com muitas vitórias importantes, e as gerações que vieram a seguir, esperam impacientemente que esses tempos aúreos venham a repetir-se, o que face ao perfil do negócio em que esta indústria se transformou, eu duvido muito que possa tornar a acontecer...

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Insultem e javardem para aí. Mas se sujarem isto depois limpam, ok?