Little thoughts...

Numa altura em que o mais fácil de fazer num blog benfiquista é criticar (e há razões para isso), tentei ver os principais "problemas" da pré-época de uma maneira mais racional e menos "benfiquista".

Caso Roberto-Pizzi:
Ponto assente: Roberto ser jogador do Benfica 2 anos depois de terem dito que tinha sido vendido, faz com que todo este negócio tresande. O Benfica explicou, mas fica-se com a sensação que: quando pensávamos que tínhamos vendido Roberto por 8,6 milhões (vá-se lá saber como...), saber agora que foi por 6 parece-nos pouco. Se fosse na altura, 6 ia parecer muito. Pizzi vale 12 milhões? Não.
O negócio agora parece esclarecido, mas muitas pontas soltas ficaram. E lá vai o Atlético de Madrid fazendo o que quer com esta direção. Quando a notícia saiu, nem tentei entrar nos pormenores do negócio (os críticos do Vieira souberam fazê-lo. Bem ou mal, fizeram. E está por essa gloriosasfera fora.)

Miguel Rosa:
Qualquer benfiquista que tenha visto um jogo ou a maneira como Miguel Rosa festejava os golos pela equipa B, queria vê-lo na equipa principal. E merecia ter ido a alguns jogos da equipa principal e pelo menos fazer a pré-época. Foda-se, o Djaló foi à Suíça. Mas atenção, Miguel Rosa não é jogador para a primeira equipa. Muito menos com a equipa que temos este ano. Aliás, ele nem é 8 nem segundo avançado, é 10, o que faria com que tivesse de jogar noutra posição. A médio esquerdo, por exemplo, como tantas vezes fez na B. Mas aí está outro problema: na equipa B as responsabilidades defensivas, devido ao uso de uma tática diferente, eram menores para um médio-esquerdo. E mesmo nessa posição, Miguel Rosa não é melhor que Gaitán ou Ola John. E não é melhor que Djuricic ou Markovic para a posição 10 (ou 9,5). Por isso e por muito que pudesse ter feito uns joguitos nas taças, não poderia passar daquilo. Merecia oportunidade mas não seria uma mais-valia. A saída foi a melhor opção para o jogador. Não sabendo eu os termos do negócio, não sei se a sua saída foi o melhor para o clube.

Aposta na formação:
É claro que todos estamos desejosos de ver sair das camadas-jovens um novo Rui Costa. Mas precisamos de ter calma. Que foi coisa que não tivemos com André Gomes. Vimos um rapaz, com pinta de médio moderno e que sabia dar uns toques na bola e quisemos fazer dele uma estrela instantânea. Os jornais e Paulo Bento também quiseram. O que trouxe isto? Demasiada pressão para um miúdo de 19 anos. Vê-mo-lo agora a jogar e já o apelidámos de novo Roderick. Eu não vou tão longe e até acredito que pode sair dali alguma coisa. Para isso precisa de dar o passo atrás (integração na equipa B) e rápido.
O mesmo que se fez com André Gomes querem fazer a Bernardo Silva e João Cancelo. Têm qualidade de sobra para serem titularíssimos no Benfica daqui a alguns anos. Mas este é o primeiro ano de seniores (apesar das constantes chamadas de Cancelo aos B) e devem evoluir lá e não na equipa A. É claro que não seria de deitar fora uma chamada a um qualquer jogo da Taça contra uma equipa das divisões secundárias. Mas não mais que isso!

Guarda-Redes:
As críticas a Artur estão na moda. E eu não podia ficar de fora. Admito que Artur não é tão mau como todos fazemos crer, o problema está na instabilidade. E Artur está com tanta estabilidade como o Roberto. Numa posição fulcral como é a de guarda-redes a instabilidade é o maior problema. Daí a diferença do Rei Artur da primeira época para o de agora. Todos acreditávamos em Oblak mas esse já não deve contar. A questão fica agora em arranjar um novo ou esperar que Artur volte ao que já foi. Se Artur conseguir ultrapassar o "pânico" pode-nos ser importante. Mas à mínima falha vai ver o mundo benfiquista cair-lhe em cima. Será que aguenta?

Bruno Cortez:
Bruno Cortez não é tão mau como o querem pintar nem será tão bom como alguns querem fazer crer. Compará-lo ao Emerson faz-me lembrar que cabeça de benfiquista é cabeça com pouca memória. Emerson era simplesmente mau. Não tinha um único pormenor de jogador de futebol (e vim eu a saber que festeja os golos com pirueta). Cortez apresenta algumas capacidades interessantes (a atacar) mas a defender é uma autêntica nódoa. É claro que dá para a maioria dos jogos na liga portuguesa. Mas nos outros jogos, os mais complicados, lá vai o JJ ter de sacar de um Sílvio ou de um André Almeida. Tratá-lo como um Emerson será mau para todos. Tal como foi para o tal Emerson.

Jorge Jesus:
Sempre apoiei (não me venham cobrar as horas seguintes à final da Taça) Jorge Jesus e esse apoio mantem-se este ano. Mas não pode falhar, isso é certo. O mínimo exigível parece ser o campeonato e o apuramento para os oitavos da Champions (a partir daí, o sorteio pode ajudar ou não).

Cardozo:
Um caso que já devia estar mais que resolvido. Pelo que fez, castigava-se (monetariamente e talvez com umas férias mais curtas ou uns treinos com os B ou qualquer outro castigo visto que disso eu não percebo nada. Ainda era capaz de lhe tirar a Playstation e o telemóvel) e a esta altura já estava com a equipa. Se o problema é com JJ havia duas soluções: vendia-se o jogador ou se os problemas de JJ não fossem só com Cardozo, não se renovava com o treinador. Se Cardozo já vinha dizendo que não queria ficar no Benfica, vendia-se. Mas sem o desvalorizar como têm feito. Não é bom para ninguém.

Luís Filipe Vieira:
A reeleição sempre pareceu ter acontecido mais por falta de opções credíveis do que pelo trabalho realizado. Mas a paciência esgota-se...

Divisão dos adeptos:
Opiniões diferentes sempre fizeram parte de um clube e sempre farão. E só assim se chega a algum lado, com diferentes pontos de vista. Outra coisa é tentar dividir adeptos em "vieiristas" e não-vieiristas" ou em "pró e anti-JJ". Porque assim parece que uns só estão contra tudo e todos e os outros contentes com tudo o que acontece. Somos TODOS, acima de tudo, BENFIQUISTAS e somos o BENFICA!

Lenços brancos e assobios:
Um grande FODA-SE para vocês também!

PS: Os meus parabéns e um grande abraço atrasados ao grande Mário Coluna!