quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Ederson foi Ljubomir, os argentinos dão-se bem na Ucrânia e a solução para os problemas na Crimeia






Primeira vitória do Benfica nesta edição da Champions na gelada capital ucraniana. Antunes quis rivalizar com Ederson pelo prémio de melhor do Benfica, num dia em que nem a entrada de Celis nos tiraria a vitória. Não é uma vitória de penalty no último minuto em casa do Brugge, nem tão pouco nos aproxima da liderança no Campeonato da Vida, mas dá para continuar a acreditar na passagem na Champions, o que também é importante.

Ederson: recebe hoje o prémio Fejsa, pela quantidade de vezes que teve de ser bombeiro (Fejsa também o foi, mas isso já é o normal, não tivesse o prémio o seu nome). Viu Vida passar-lhe à frente e depois ir contra ele a alta velocidade na primeira-parte, o que, não só dá um bom trocadilho como ainda ensina lições ao jovem guarda-redes.

Nelson Semedo: Viu Derlis fazer um cabeceamento horrível, que só seria suplantado pelo remate do mesmo pela linha lateral, quando já se encontrava dentro da área. Não teve muito trabalho defensivo e ainda foi bastante competente nas ações ofensivas. Terminou o jogo a ver um miúdo ucraniano ganhar cantos pelo seu lado, o que é sempre engraçado.

Luisão: continuam a perguntar a Luisão se os seus festejos são gestos de raiva e Luisão continua a olhar para os jornalistas a pensar se os gajos têm mesmo credenciais para estarem ali de microfone na mão. Foi uma ou outra vez ultrapassado em velocidade, mas com toda a sua raiva, acabava sempre por assustar os adversários que mais opções não tinham do que atirar a bola para fora.

Lindelof: bem a compensar, embora tivesse um ou outro problema com bolas colocadas nas suas costas na segunda-parte. Foi terrível para os fotógrafos que raramente o conseguiram apanhar, tal foi o seu grau de notoriedade hoje.

Grimaldo: passou no teste de aguentar 90 minutos com o Yarmolenko pela frente e não se rir uma vez do penteado. Não foi tão ofensivo hoje, mas encarnou nas melhores personagens dos filmes de ação no final, ao impedir o golo do Dinamo. Foi um filme com final feliz.

Fejsa: controlou o meio-campo e raramente deu espaço a quem por lá aparecia, voltando um pouco ao Fejsa que já conhecemos. Colocou-se também na frente de um remate já perto do fim, mas com muito menos dramatismo do que Grimaldo, porque Fejsa não tem tempo para isso.

Pizzi: sólido a defender durante boa parte do jogo, foi importante no segundo golo ao descobrir Salvio. Valeu a sua exibição pela maneira convicta com que o relatador espanhol do meu stream dizia o seu nome, até porque a sua exibição foi, ao contrário do que é costume, constante.

Salvio: um golo de penalty, uma (quase) assistência e todo um flanco para correr, que Antunes lhe alugou e que Salvio agradeceu. É um daqueles jogos em que um gajo nunca se vai lembra se ele perdeu muitas bolas ou se andou a fazer cruzamentos para ninguém porque a sua presença nos golos e a felicidade com que correu naquele flanco, deixam qualquer um deslumbrado.

Cervi: marca que se farta e ainda tem coragem de ir até à Ucrânia fazer túneis. Claro que depois leva na boca. Notou-se uma clara ausência de Horta no festejo do seu golo.

Gonçalo Guedes: Putin já deve ter estudado. É deixar Guedes no meio dos ucranianos a levar porrada e conquistar a Crimeia sem ninguém ver. O jovem português certamente não passou frio esta noite, regressando a Portugal com o primeiro caso clínico de nódoas negras em 2º e 3º grau.

Mitroglou: passou pelo jogo como um homem nos saldos da Zara. Estás lá porque tem de ser e só esperas chegar a casa inteiro, porque dali não vais levar nada. Foi ainda assim perturbado por um remate de Cervi, que Mitroglou obrigou a repetir. Com sucesso, obviamente.

Jimenez: regressou de lesão para tentar bolas de cabeça e evitar uma recaída. Diria que esteve bem em 50% das suas funções, mas vou esperar pelo boletim médico.

Celis: Rui Vitória quis testar se esta era a noite do Benfica, ao colocar Celis a 8 minutos do fim, e cedo se reparou que o teste ia ser positivo. Celis passou ao lado de tudo o que aconteceu naquele campo e é assim que queremos que continue.

Eliseu: entrou, para extremo, porque o Benfica tem poucos. Fez uma falta, festejou a vitória com os adeptos e foi para o balneário. A vida de Eliseu nunca foi tão pacata...

4 comentários:

  1. Parabéns pela graça dos comentários!

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    1. Continuo a deliciar-me com textos que deixam a inquisição a ferver!

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  2. Muito bom! Os seus comentários cómico-críticos são do melhor! Para mim a sua "casa" passou a ser um local de passagem obrigatória para descomprimir. Obrigado pela "hospitalidade".
    Beirão (muito) Encarnado

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Insultem e javardem para aí. Mas se sujarem isto depois limpam, ok?