quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Se isto são os 30 minutos à Benfica, não os mostrem mais


Começou tudo bonito, jogadas com 3 bolas nos ferros davam em golo, os temíveis adeptos turcos iam vendo uma equipa de vermelho passear classe e qualidade no seu estádio. E depois, aconteceu nada mais nada menos, do que Sporting. O que antes do jogo até não seria um mau resultado, é agora uma das piores coisas que vi o Benfica fazer nos últimos anos.

Ederson: sem trabalho na primeira-parte, fez o que podia na segunda quando teve um bando de turcos e um cigano atrás dele, a acertar-lhe na cabeça e tudo mais. Sai com o ponto positivo de ter acertado com uma bolada no árbitro de baliza e não lhe ter acontecido nada.

Nélson Semedo: marcou um golaço na primeira-parte e, talvez por isso, começou também ele a levar com um bando de turcos e um cigano em cima dele, a toda a hora. Teve trabalho a mais no segundo tempo para um lateral de uma equipa que chega ao intervalo a ganhar 3-0.

Luisão: tinha uma ótima analogia para fazer comparando Luisão ao tipo de muro que Trump quer construir na fronteira EUA-México, mas depois o Benfica sofreu três golos e fica a ideia que, com ou sem muro, os mexicanos passam na mesma.

Lindelof: numa fração de segundo, a sua cabeça parou e, vendo o que o Ederson ia fazendo na primeira-parte, decidiu tentar o mesmo. Tendo em conta que tem o equipamento igual a outros 9 gajos em campo, não podia.

Eliseu: com poucas deslocações à frente, teve facilidade para parar Quaresma no primeiro tempo. Tal como os seus colegas, deixou-se dormir no 3º golo e deixou um jogador que até então tinha sido defesa-central assumir o papel de ponta-de-lança. Teve, ainda assim, uma exibição positiva.

Fejsa: Deus Ljubomir voltou e logo com um golo, que devia ter sido suficiente. Não foi e Fejsa sai do jogo com a sensação de que fez tudo o que podia e que lhe competia e que, mesmo assim, de nada serviu.

Pizzi: passou os primeiros 45 minutos a ser vítima de bullying por parte de um turco com um nome impossível de escrever, mas sempre a jogar com critério e a "fazer o carrossel mexer". Terminou o jogo só a correr de um lado para o outro, sem grande ideia do que fazer.

Salvio: sem saber bem como, fez duas assistências e ainda usou o poste para fazer outra. Viu Semedo fazer um golaço na primeira-parte e deve ter pensado que o jovem lateral aguentava defender sozinho. Enganou-se.

Cervi: sem deslumbrar, ia conseguindo combinar bem com os colegas e fazendo parte daquele carrossel que a equipa manteve durante 60 minutos. Pareceu sair do campo "só porque substituições são coisas que um treinador faz" e a equipa perdeu bastante.

Gonçalo Guedes: voltou a ter uma batalha não só contra a equipa adversária mas também contra a gravidade, sendo que ia ganhando ambas. Sai com um golo e a noção que se calhar teria feito mais sentido se só tivesse saído daquele relvado no fim.

Mitroglou: escolheu o pior jogo para decidir fazer a sua melhor impressão de Kikin Fonseca ou qualquer das outras dezenas de pontas-de-lança que por cá passaram e que tinham "muito azar" em frente a baliza. Estamos a precisar do Mitras e não deste rapaz que lhe roubou a camisola.

Rafa: entrou em campo com uma missão, mas acho que nem ele, nem Rui Vitória sabe qual era.

Samaris: entrou para segurar o meio-campo mas a bola já não andava por essas zonas há algum tempo.

Raul Jimenez: é fácil agora dizer que devia ter ido para o campo mais cedo. Mas a verdade é que devia...

domingo, 20 de novembro de 2016

A serenata de Pizzi à chuva


Ainda Bruno de Carvalho puxava a gosma para cusp... soltar o fumo do cigarro eletrónico, enquanto terminava mais uma volta olímpica ao estádio, William Carvalho acabava de cozinhar o almoço e André Silva se levantava da área do Chaves e já Cervi marcava. A partir daí foi vê-los criar oportunidades e marcar golos como se não houvesse amanhã. Este Marítimo não é um Praiense, mas acaba por ser um bom resultado na mesma.

Júlio César: a crueldade com que se obriga um jogador mais velho a estar ali, 90 minutos à chuva, enquanto os mais novos se divertem lá na frente a marcar golos. Era por razões destas que quando andávamos na quarta classe, ninguém queria ir à baliza em jogos contra os da segunda...

Nelson Semedo: numa semana em que se falou bastante do interesse de outras equipas em Semedo, o lateral do Benfica decide não perder qualquer lance defensivo e ainda fazer aquilo no terceiro golo... Não gostas do que tens aqui em Lisboa, Nelson? O que te falta rapaz? O que é que podemos fazer por ti?

Luisão: recuperado para hoje, provou que estava a prever o golo de Lisandro no Dragão, daí ter pedido para sair. Sempre certo na antecipação, não deixou passar uma bola que fosse. Mais um "velhote" a passear à chuva num sábado à noite.

Lindelof: esteve em campo com a camisola do Benfica, o que a acreditar em tudo o que vem nos jornais, será sempre um alívio. Certinho, tal como o parceiro da defesa.

Eliseu: levou uma cacetada logo da primeira vez que Dyego Sousa se fez a uma bola hoje. Bem a atacar e a defender, mostrou-se bastante disponível fisicamente.

Samaris: começou o jogo com uma jogada em que perde a bola uma vez e ganha duas. Deu golo! Teve muito pouco trabalho a defender, permitindo-o soltar-se mais e resultando num jogo muito positivo.

Pizzi: controlou tudo o que aconteceu naquele campo hoje, o que me leva a crer que tenha sido ele a dar a palestra à equipa, decidido quando regar a relva ou quando desligar os holofotes. Fernando Santos prefere ter dois guarda-redes no banco do que ter lá Pizzi, vá-se lá saber porquê. Houve #pissi hoje, claramente.

Salvio: hoje sem golos, mas muito bem nos movimentos interiores, embora sempre um pouco trapalhão. Usou uma braçadeira de braço preta, algo que não sabia que ele fazia e que achei interessante...

Cervi: quase que acertava em Mitroglou no seu golo, no seu sítio preferido, no lance mais visto esta época nos jogos do Benfica. O treinador do Marítimo admitiu que o golo de Cervi deitou ao lixo uma semana de trabalho. Para Cervi este foi, portanto, só mais um sábado.

Gonçalo Guedes: desde pequeno, Gonçalo habituou-se a acordar de manhã, correr para o autocarro e ser placado por um qualquer central brasileiro. Agora, com 19 anos, Gonçalo já não é pequeno mas tudo o resto se mantém. Mas Gonçalo desenvolveu o hábito de rapidamente se levantar e seguir com a sua vida, porque ninguém teria pena dele. Isso e marcar golos de fazer levantar um estádio.

Mitroglou: menos toques na bola do que Júlio César, dois golos, uma assistência e zero sorrisos. Porque Mitroglou sabe que fazer o seu trabalho não é mais do que a sua obrigação.

Jimenez: o pessoal lembrou-se de ir ver que o Jimenez nunca falhou um penalty e, por isso, é de esperar que falhe o próximo. Entrou, poucas vezes tocou na bola, marcou um e até podia ter saído com mais golos. É a vida de um avançado...

Rafa: um mês à espera dele para se lesionar no primeiro jogo e ficar mês e meio de fora. Avistou-se Rafa na Luz e reagiu-se como se finalmente o Big Foot tivesse sido confirmado.

Carrillo: pouco tempo em campo para se dizer o que quer que seja, mas é de crer que comece a subir de produção, tendo em conta o que fez pela seleção.

Luís Filipe Vieira: impressionante como pode ser presidente de um clube sem cuspir noutro presidente ou fazer uma volta olímpica no seu estádio... Podemos repetir as eleições?

domingo, 6 de novembro de 2016

A abertura do novo Espaço K, de Karma


A vaca lampiónica está viva aparentemente. O estado lampiónico subornou Herrera (através do Raul provavelmente, que se vê a agradecer ao médio do Porto na imagem) e o Benfica consegue um empate aos 92 minutos na casa do "Somos Porto". As rodinhas à volta do árbitro voltaram, o ódio de todo um estádio a um clube também, mas o final foi tudo menos normal. E assim é tão mais bonito.

Ederson: muito boa primeira-parte, tirando aquelas vezes em que tentava meter a bola em Gaia. Esqueceu-se que à beira do poste também é baliza e ia borrando a pintura de um jogo em que foi quase sempre perfeito a defender e um qualquer central de Distrital a chutar para a frente.

Nelson Semedo: foi o que mais sofreu com o clima de intimidação do Porto. Viu-se sempre rodeado por gajos do Porto e sem ajuda de ninguém. Só faltava lá mesmo o Macaco para ser tudo como há uns anos atrás.

Luisão: já não está para andar a correr atrás de putos e preferiu sair cedo do jogo, quando terá tido uma visão do que seria o final do jogo. Até nisto Luisão mostra o que é ser capitão.

Lindelof: dos jogos em que esteve mais ativo e mais atento também, conviveu de perto com a falta de força de André Silva, que rapidamente tinha vontade de sentir a relva do Dragão. Teve um cheirinho do que é uma verdadeira visita às Antas e sorriu pela primeira vez desde Maio quando o Benfica fez o golo.

Eliseu: fez apenas um cruzamento do meio-campo, o que é um novo recorde. Poucas vezes saiu para atacar, mas nem foi pelo seu lado que o Porto criou mais perigo. Deve-se ter rido bastante do Maxi.

Samaris: bastante perdido na primeira-parte, foi dos que melhor esteve e dos que melhor reagiu quando o Benfica decidiu sair da toca. Não é Deus Fejsa, mas a sua exibição acabou por valer muito pela segunda-parte.

Pizzi: tal como Samaris, muito pobre no primeiro tempo mas bem melhor aquando da entrada de Horta. Tentou fazer a equipa jogar quando a equipa decidiu que também estava no Dragão para um jogo de futebol.

Salvio: que mete a cabeça no chão e toma decisões estranhas com a bola nos pés já todos sabemos, agora que era capaz de deixar o Semedo a levar com 3 ou 4 jogadores do Porto e ficar a pastar a meio-campo não sabíamos. É tudo muito bonito, mas escrever mensagens nas redes sociais sobre o Benfica não chega.

Cervi: tentou principalmente por lances individuais levar a equipa para a frente na primeira-parte, mas acabou por estar demasiado sozinho e demasiado obrigado a defender para se soltar como queria.

Gonçalo Guedes: dois ou três remates com o Dolce Vita como alvo e várias perdas de bola, tendo melhorado quando passou para a ala, onde tinha menos gente a querer bater-lhe. Pouco em jogo ainda assim.

Mitroglou: sempre que a bola ultrapassou a linha do meio-campo e entrou na metade portista, Mitroglou estava ao lado. Hoje é o dia em que se pode dizer que um homem passou ao lado do jogo e estar 100% correto. Mitroglou não esteve lá e a equipa também se ressentiu disso.

Lisandro: Goooooooooooooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllllllllllloooooooooooooooooooo crl!!! Assim festejaram milhões de benfiquistas à volta do mundo quando um central com nome de ex-ponta de lança do Porto marcou no minuto preferido dos da casa. O que me leva a pensar que ficamos a um Jardel de ganhar isto. Lisandro usou um dos trampolins que os adeptos do Porto tinham quando cantavam "E quem não salta é Campe... Lampião" e marcou num dos cabeceamentos mais lentos da história do futebol.

André Horta: levou a equipa para um patamar que ainda não tinha tido no jogo, soube ter bola e ainda acabou com uma assistência. Um dos melhores do Benfica, aquele que trouxe a equipa cá para cima.

Raul Jimenez: entrou para jogar demasiado encostado à ala. Raramente terá tocado na bola, mas viu de perto o golo do Benfica, logo, tem o dia ganho.

PS: já se pode questionar o Departamento Médico/de Preparação Física ou ainda não? Obrigar o Benfica a ir ao Dragão sem 5 titulares é demasiado. Hoje deu para escapar, mas não dará sempre. Não têm culpa de tudo, mas terão em muita coisa e é preciso fazer algo.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O estranho sentido de humor do Universo em mais uma vitória do Benfica (#prayforfejsa)


O Benfica venceu mas o que é que isso interessa quando Fejsa sai lesionado? Precisas de alguma coisa Ljubomir? O que podemos fazer por ti? Dá para jogar coxo? Dá para inventar a máquina do tempo nas próximas horas? Teria Ederson defendido o penalty se Fejsa não se tivesse lesionado? Estaria o Dinamo Kiev na Champions se a Ucrânia ainda fosse parte da União Soviética? Tudo isto é uma confusão e eu não sei lidar com isto...

Ederson: o brasileiro estava no sítio errado à hora errada. É verdade que Derlis vinha a arrastar o pé desde o Colombo, mas Ederson estava lá. E estava lá também quando foi preciso defender a grande penalidade. Ederson foi héroi, quando mais precisávamos. O herói que queremos e o que precisamos. Assim, nem o Super Homem!

Nelson Semedo: nem deve saber como é o guarda-redes do Dinamo, tão poucas foram as vezes que se deslocou lá à frente. Teve alguns problemas com Derlis, mas foi bastante competente em quase tudo o que fez.

Luisão: há aqui alguma piada com o facto da vida mandar o Luisão várias vezes ao chão, mas eu não consigo ver bem qual é. Teve flashes de Liedson quando viu Derlis torcer-lhe os rins e deverá ter uma noite complicada ao nível do sono, mas no resto esteve impecável.

Lindelof: escorregou na primeira-parte qual miúdo sueco que brinca nos lagos gelados de Vasteras. Levantou-se e ainda foi evitar o golo, coisa que nenhum miúdo de Vasteras é capaz de fazer. Muito menos agora, que andam metidos com o Sporting.

Grimaldo: menos acutilante (não Record, não quero ir trabalhar para vocês) que o normal, mas sempre bem naquilo que fez. Raramente deu espaço a qualquer dos ucranianos que por ali aparecesse, levando Putin a pensar claramente em bater o valor da sua cláusula em Janeiro.

Fejsa: sabes que o destino é uma coisa lixada quando Deus se lesiona no Dia de Todos os Santos. Não te preocupes Ljubomir. As velas já estão acesas, as beatas já rezam e o Santuário de Fátima já está preparado para a enchente. Resta que faças a magia que só Deus consegue fazer e recupera dessa porra.

Pizzi: menos preocupado com a criação, mais com a segurança defensiva hoje, num jogo em que também não se jogou assim tanto à bola. Não foi o seu jogo mais vistoso, mas foi bastante competente. Tinha os olhos vermelhos na flash interview, o que só pode significar uma coisa. Chrou pela ausência de Fejsa ao seu lado.

Salvio: uma ou outra arrancada de qualidade e um golo. Tem sido isto Salvio, nem mais nem menos. E por nós, pode continuar assim, porque tem resultado. Teve pela frente um gajo chamado Makarenko, algo que lhe deve ter dado uma certa vontade de dançar uma popular música dos anos 90 interpretada pelos "Los del Rio".

Cervi: decidiu que hoje era um bom dia para mostrar toda a qualidade que tem naqueles pés, obrigando ucranianos a pontapearem um pequeno argentino como se este se chamasse Lionel. Não acertou com um remate no rabo de alguém a partir da zona de penalty, o que para mim é sempre um desgosto.

Gonçalo Guedes: foi o ex-Gonçalo na primeira-parte, trapalhão e sem cabeça, mas esteve mais perto do que já tem sido habitual na segunda. Principalmente quando decidiu testar a força da trave . Podia e merecia ter saído da partida com mais um golo de levantar o estádio.

Mitroglou: não sei se há algum livro de Tintin em que o jovem não consegue parar os vilões ucranianos, mas se não houver, a história foi escrita hoje, no Estádio da Luz. O nosso grego de cabelo à Tintin e barba à capitão de Haddock podia passar ali toda a noite, que nunca na vida ia acertar na baliza. "Tintin derrota os Ucranianos" provavelmente nunca existirá e é pena.

Samaris: teve o azar de substituir Deus, portanto nunca poderemos ser justos com ele. Mas não teve grandes problemas enquanto esteve em jogo.

Raul Jimenez: teve uma arrancada a provar que a lesão já lá vai, embora apresente pernas dignas de uma múmia em campo. Finalizou o lance da arrancada a provar que o Raul está de volta, quando a Luz quer é o Jimenez.

André Almeida: entrou para provar que o Benfica apoia todas as causas. É altura de Movember e não há Benfica sem bigode.

#PrayForFejsa